QUEM ESTÁ FALANDO? EU OU O MEU CLIENTE? Conversando sobre a empatia com Thais Duque Estrada

Muitas discussões a respeito da empatia -do que ela significa e de como atingi-la, vêm ocorrendo ao lado de considerações sobre inovação.

Se o que me faz buscar a melhor solução é eu me colocar no lugar do outro para entender sua necessidade, tá fácil. Eu realizo essa simulação e pronto. Será que isso é empatia?

Talvez esse seja um exercício imaginativo bastante rico, porém distante do que é fundamental para eu, efetivamente, reconhecer a emoção do outro.

Ouvir o outro com a intenção de entender literalmente o que está sendo dito é ouvir com o intuito de entender as frases que estão sendo pronunciadas, que é completamente diferente do ouvir para captar o significado e as emoções envolvidas no contexto.

A busca pela compreensão do outro não deve esbarrar em nossas crenças pessoais. Dessa maneira, eu imagino o outro a partir das minhas próprias emoções e convicções. Se eu ouço meu cliente com a intenção de esclarecê-lo ou de convencê-lo, já não houve empatia. 

O ganho secundário de empatizar é o desprendimento gradual de nossos -muitas vezes rígidos- padrões. Tendemos a uma repetição quase que compulsiva, que pode ser aplacada, quando eu descubro o que está “dentro” do outro e, consequentemente, acesso minha “matéria-prima” inconsciente.
 
Empatizar não é misturar-se ao outro. Empatizar é sintonizar-se com o outro. Mas isso só é possível, se você também buscar essa sintonia com seus próprios desejos e emoções. Só assim, será possível saber se quem está falando é o seu cliente e quem é que o está escutando.