Ontem, em uma conversa informal entre colegas de trabalho, mais uma vez (já poderia contabilizar milhares no total dos últimos anos), falou-se das diferenças entre homens e mulheres, blá, blá, blá. O disparador da conversa foi a reportagem de capa da revista Exame (19/05/10): "O maior mercado emergente do mundo".
De forma alguma sou ingrata àquelas que lutaram pela igualdade de direitos ou insensível às condições nas quais muitas mulheres ainda permanecem em vários lugares do Brasil e do mundo. Mas acredito que, para dizer que as mulheres são o maior mercado emergente do mundo, bastava falar "As brasileiras consumiram quase 800 bilhões de reais em 2009. Veja os principais setores beneficiados" (pg 22) ou "A participação feminina no consumo de algumas das maiores economias do planeta" (pg 27). Não era necessário exemplificar exaltando o quanto determinada executiva ganha a mais que o marido ou que o valor do seu carro seja o dobro do dele. Acho este um ponto ultrapassado.
Prefiro ficar com as palavras da ministra da economia, indústria e emprego da França, Christine Lagarde: "O ponto é certamente não erradicar as diferenças entre mulheres e homens, mas exacerbar os talentos de cada indivíduo." Herald Tribune