A questão da utilização da metodologia do design na gestão dos negócios chama a minha atenção há bastante tempo. Por este motivo, procuro sempre ler a respeito, além de participar de palestras. Durante a última que estive presente, um ponto me incomodou profundamente, embora eu respeite muito quem estava falando. O foco me pareceu o de um líder político (ou religioso), tentando despertar na audiência o desejo de dominar o mundo: os designers serão os próximos presidentes das empresas; ninguém de Finanças, muito menos de Marketing (aliás,estes são uns ultrapassados). Sinceramente? Achei ridículo!
Na última edição da revista HSM Management, em seu "Dossiê Pensamento de Design", foi publicada uma entrevista com Tim Brown, presidente da IDEO - empresa de design e inovação. Abaixo, transcrevo a primeira pergunta respondida:
"O Sr. encara o pensamento do design como uma maneira de transformar todo mundo em designer? Ou seria um modo de pôr os designers no comando dos negócios?
Está mais para a primeira alternativa. A última coisa que se quer é responsabilizar os designers por tudo. Para mim, pensamento de design significa o seguinte: em um mundo onde a "comoditização" é cada vez mais acelerada, a rápida transferência de conhecimento implica que as novas idéias e as melhores práticas estarão disponíveis para todos. (...) Então, o pensamento de design, aquele que usa os métodos e abordagens que os profissionais da área empregam, trata de gerar novas opções a escolher. (...) Estou tentando encorajar as pessoas que não se imaginam capazes de fazer isso em seus papéis habituais a usar alguns desses métodos."
O objetivo de ambos continua o mesmo, mas, no discurso, quanta diferença!