Alice estava impressionada com a transformação que a passagem daquele coelho do rastro líquido tinha efetuado em sua vida. Depois de todas as idas e vindas, chegou ao ponto de voltar-se para dentro, buscar sua essência, sua razão de existir, sua alma. Por onde começar?
Pela primeira vez, de forma sincera, Alice olhou para as mulheres que compravam suas roupas. Como elas haviam se transformado também! O rastro do coelho Pós-Tardio também as afetou. Que ridículo não ter pensado nisso antes...
Essas mulheres deixaram de comprar suas criações por si só. Não tinham mais graça. Elas estavam prestando atenção ao que ela falava também. Aliás, PRINCIPALMENTE ao que ela falava e como ela agia no jardim onde estavam inseridas.
Alice percebeu que precisava transformar o seu "olhar". Precisava desenvolver a capacidade de ouvir o dito naquilo que não estava sendo dito, ou melhor, estava, mas ela não estava pronta para entender. Ela deixou um pouco de correr atrás do coelho e passou a buscar, com calma, um encontro profundo com os anseios de sua consumidora.
Continua...