Mélange




Hoje acompanhei uma sessão de fotos em uma loja na rua Girassol chamada Mélange. Foi uma manhã deliciosa que me proporcionou muita inspiração. Antes de mais nada, por estar dentro de um espaço que significa a concretização de um sonho de duas amigas que ousaram fazer de uma idéia um negócio; e, também, por acompanhar minha afilhada de 8 anos ao ser fotografada.

A Mélange é uma verdadeira demonstração da união da "subjetividade do artista com a lógica dos negócios". A idéia surgiu da observação de um mercado carente de opções, o de moda infantil, que a partir de hoje será utilizada como exemplo em minhas aulas. Exemplo não só de um excelente "consumer insight", mas também de como sair da esfera da abstração com consistência em suas formas de concretização. As roupas, o espaço na Girassol, as imagens do site, os textos do blog, a atitude usada no atendimento de mães e crianças: tudo remete às misturas que não dão vontade de serem tiradas do corpo. Minha sobrinha não queria sair da loja e minha tímida afilhada aceitou ser modelo para o catálogo de inverno.
Para completar, o respeito ao que promete: minha sobrinha havia escolhido um presente no dia da inauguração e, por sinal, saiu vestida com ele. Sempre que usava seu presente, percebíamos que algum detalhe da roupa a estava incomodando. Fomos até a Mélange, a roupa foi examinada e nada foi encontrado. Minha sobrinha continuou dividida entre a vontade de usar o presente e a falta de conforto inexplicável. Quando as idealizadoras da marca souberam da continuidade do fato, imediatamente me pediram que levasse a peça de volta para que a sua cliente escolhesse outra. Justificativa? Não pode haver no mercado uma só criação Mélange que não dê vontade de não tirar do corpo.
Que pena que Mélange é só para as crianças...